Talento nasce com a gente

“Eu sempre digo que o dom da arte é e Deus e não nosso. Ele escolhe a quem confiar o talento e quantidade dele. Quem recebe esta missão tem a obrigação de apresentar ao mundo da melhor forma possível. Quem consegue fazer isso está devolvendo a Deus com juros!”

segunda-feira, 28 de março de 2011

Turnê nos Estados Unidos com o Balet Folclórico da Bahia


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Turnê América do Norte

Estados Unidos / México / Canadá

13 de Janeiro a 13 de Março

/ 2011





Representante para América do Norte:

Jason Mainland

Lila Artists Management, LLC

Tel: +1 415 454 4888

Email: jason[@]lilaartists.com

www.lilaartists.com

13 e 14 de Janeiro

Workshops em Miami (Dança Afro, Percussão e Capoeira)



15 de Janeiro

Adrienne Arsht Center for the Performing Arts - Miami, FL

www.arshtcenter.org



19 de Janeiro

Merrill Auditorium - Portland, ME

www.portlandovations.org



21 de Janeiro

Flynn Center for the Performing Arts - Burlington, VT

www.flynncenter.org



22 de Janeiro

Boston Opera House - Boston, MA

www.celebrityseries.org



25 de Janeiro

Hopkins Center, Dartmouth College - Hanover, NH

http://hop.dartmouth.edu



27 de Janeiro

Fine Arts Center, University of Massachusetts - Amherst, MA

www.umass.edu/fac



29 e 30 de Janeiro

Skirball Center, NYU - New York, NY

www.worldmusicinstitute.org



4 de Fevereiro

Prudential Hall, New Jersey Performing Arts Center - Newark, NJ

www.njpac.org



5 de Fevereiro

McCarter Theater, Princeton University - Princeton, NJ

www.mccarter.org



9 de Fevereiro

Music Hall for the Performing Arts - Detroit, MI

www.musichall.org



14 de Fevereiro

Carpenter Theatre - Richmond, VA

www.richmondcenterstage.com



15 de Fevereiro

Farthing Auditorium, Appalachian State University - Boone, NC

http://pas.appstate.edu



17 de Fevereiro

Newberry Opera House - Newberry, SC

www.newberryoperahouse.com



18 e 19 de Fevereiro

Rialto Center for the Arts - Atlanta, GA

www.rialtocenter.org



20 de Fevereiro

Cannon Center for the Arts - Memphis, TN

www.thecannoncenter.com



25 e 26 de Fevereiro

Magoffin Auditorium - El Paso, TX

http://www.ticketmaster.com/UTEP-Magoffin-Auditorium-tickets-El-Paso/venue/98503



2 de Março

Laxson Auditorium, CSU Chico - Chico, CA

http://www.csuchico.edu/upe/performance/artists/BaleFolclorico.html



3 de Março

Van Duzer Theater, Humboldt State University - Arcata, CA

www.humboldt.edu/centerarts



5 de Março

Sunset Center - Carmel, CA

www.sunsetcenter.org



6 de Março

Zellerbach Hall, University of California - Berkeley, CA

www.calperfs.berkeley.edu



8 de Março

Christopher Cohan Center, Cal Poly Arts - San Luis Obispo, CA

www.calpolyarts.org



10 de Março

Campbell Hall, University of California - Santa Barbara, CA

www.artsandlectures.ucsb.edu



11 de Março

Workshops em Los Angeles (Dança Afro, Percussão e Capoeira)





12 de Março

Wilshire Ebel Theater - Los Angeles, CA

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

UM ARTISTA CHAMADO JOÃO

SEU PERIMEIRO CONTATO COM A ARTE

Numa família de dez irmãos com pai marceneiro vindo da cidade de Cachoeira, e mãe empregada doméstica vinda da ilha de Matarandiba, nasce João Batista Conceição Gonzaga dos Santos. O artista precoce nasceu e foi criado no Engenho Velho de Brotas, cantava desde os seis anos de idade, e era considerado atração principal nos momentos festivos da escola. Ainda na escola João brincava de ser cinegrafista fazendo fotografias através de um espelho junto ao rosto. Em casa, reunia amigos e fazia teatro com as mãos através da sombra da luz vinda da janela. Aos nove anos, fez a sua primeira produção: Dirigiu um desfile de beleza coordenando vários adultos. Cresceu interessado em toda manifestação artística que lhe era possível, mesmo enfrentando a discriminação e o desapoio da família.

Lembro-me que ainda garoto, fui assistir no TCA o Bolero de Ravel, e fiquei apaixonado por aquela maravilha de dança que assisti, que nem conseguia dormir."


Era o seu primeiro contato direto com a arte produzida! Nessa época ele passava os domingos à noite em casa, ao invés de brincar com os outros garotos. Escondido pra não apanhar, ele ligava o rádio pra escutar um programa chamado Música dos Mestres.
“Era um alimento para minha alma escutar, aliás, ouvir, e conseguir separar cada instrumento daquelas canções clássicas, e muitas vezes eu era interrompido por um dos meus irmãos, com bofetões. Ele dizia que na Família Gonzaga não se podia ouvir aquele tipo de coisa."OUSADIA REBELDIA E RECONHECIMENTO

João Gonzaga tem mais de cem canções e já compunha desde garoto. Às vezes se levantava na madrugada para escrever algo que vinha na cabeça. Aos 13 anos, sua família se mudou pra Fazenda Coutos, mas ainda assim, João não conseguiu abandonar o grupo de teatro que dirigia. Trovão Azul era um grupo de garotos, que precisou de um adulto para assinar o documento quando se apresentaram no Teatro Solar Boa Vista com a peça As duas faces da vida. Era o seu primeiro texto!
Não demorou muito tempo pra que ele criasse em Fazenda Coutos a "Cia. de Teatro e Dança Burstdance" - Registrada na página 386 do Primeiro Censo Cultural da Bahia, de 1998 (Ano em que começou a trabalhar na Escola Comunitária São Miguel). "A Cor do Movimento", espetáculo que apresentavam na comunidade, reunia mais de vinte jovens e adolescentes da época. Um daqueles jovens, com o tempo, remontou o espetáculo, levou a uma mostra no Teatro Vila Velha, foi visto por Márcio Meirelles, e convidado a entrar no Bando de Teatro Olodum. Hoje, já está em telinha nacional pela série Ó Paí Ó!

“Fui diretor dele, então Érico Brás é para mim um grande orgulho!”
Naquela época João e Brás eram considerados os rebeldes do pedaço. O único espaço da comunidade que era usado para o desenvolvimento da arte, tinha uma administração que só liberava as chaves em cima da hora para as atividades, e em vários momentos das apresentações dos grupos, as chaves desapareciam ou quem era responsável em guardá-las, sumia também.
“Arrombávamos janelas e portas, mas nunca deixamos que a nossa reputação nos precedesse (risos).”

No mesmo Centro Comunitário, já funcionava a Escola São Miguel, e João Gonzaga não era bem visto pela direção por conta das entradas ilegais no prédio.
“Muitas vezes na segunda feira de manhã, as professoras e crianças estavam chegando quando eu começava a retirar a parafernália das minhas montagens.”
A maioria das professoras eram todas da comunidade – essa era uma preferência da diretora - que o corpo docente fosse composto por profissionais do bairro. Com o tempo, era necessário que nas atividades ali desenvolvidas fosse acrescentada a disciplina de arte-educação. João foi convidado para fazer um teste de três meses na escola, por indicação da secretária Marcia julião (Nana), que conhecia e confiava no trabalho do artista. A Freira passou a ver que João Gonzaga não era aquela pessoa que diziam pra ela, e hoje ele tem mais de dez anos trabalhando com a equipe.
“Com a minha chegada na escola, no que diz respeito à arte, tudo mudou... desfiles da primavera, festa do folclore, dia do índio, e principalmente as festas de fim de ano, eram produções que emocionavam todo mundo. Mas acho que o meu primeiro desafio na escola, foi num momento de desfile da primavera. A professora Guarací Reis, disse que eu deveria fazer máscaras para as crianças com tema de animais. A mente começou a trabalhar e eu resolvi fazer cabeças com esponjas. A Irmã Valdete, sempre apoiou as minhas loucuras e saiu comigo para comprar as esponjas. Quando eu vi tanto colchão na minha frente fiquei apavorado. Me tranquei em uma sala, e depois de um dia inteiro consegui sair com os moldes de elefante, formiga cachorro e gato. Quatro dias depois estavam prontas quase trezentas cabecinhas.”COREOGRAFO CANTOR E DIRETOR MUSICAL

Em meio a tudo isso João trabalhava com quadrilha junina e tinha uma carreira solo como cantor.
Em 1990 ele assistiu pela primeira vez no Ginásio Antonio Balbino, o Arraiá do Galinho - Concurso de Quadrilha Juninas. Um ano depois João assinou a direção musical, compôs canções temáticas e foi marcador do Forró do Zé do Baile, do Engenho Velho de Brotas. Em 1992, ele fez canções para mais três quadrilhas do Engenho Velho (inclusive para a Rá-Tim-Bum, onde o cantor Márcio Vítor era o marcador), e assinou a concepção geral do grupo Chora Meu Bem do bairro de Alto de Coutos. Na quadrilha Maderada do Forró da cidade de Madre de Deus, ele assinou a direção musical e foi cantor por quarto anos.

Em 2001, João estava em Belo Horizonte, (pra fazer intercâmbio com adolescentes da cidade. Ele era orientador social do Programa Agente Jovem do Governo Federal, e havia sido indicado para esse trabalho por causa das atividades que desenvolvia na comunidade, e foi a Belo Horizonte, pro causa do resultado que conseguiu trabalhando com os adolescentes do bairro) e um amigo dele ligou pra avisar de um programa de calouros da TV Bahia - Arerê Geral – que estava com inscrições abertas. Uma semana depois já em salvador, ele foi à TV e as inscrições haviam terminado no dia anterior. Um tempo depois reabriram as inscrições, e no primeiro dia, lá estava ele! O CD demo com uma canção que João gravou em BH parecia ser mais um, para a enorme pilha que havia no canto da sala, disse ele.
Dias depois foi chamado para o teste. Fernando Guerreiro estava sentado na platéia do teatro Vila Velha, e um monte de grandes intérpretes do lado de fora afinavam a garganta. Sozinho, João sentia um grande medo daquela multidão de cantores.
“Sentamos na platéia um tanto mais abaixo do diretor. Cada um escolhia uma música e era acompanhado por Raimundo Nova um grande guitarrista. Cada um cantava, Guerreiro anotava alguma coisa e pedia pra que se sentasse de volta. Na minha hora, com o coração saindo pela boca, fui e comecei a cantar. Quando terminei, o diretor olhou pra alguém que estava do seu lado e falou alguma coisa em off. Quando percebi, algumas pessoas começaram a aparecer nos bastidores em cima. Foi quando Guerreiro disse: Ô menino, cante outra aí! Eu comecei a me empolgar e mais pessoas começaram a aparecer, e no meio da música ele disse: Pode parar. Muito obrigado... Você já pode ir embora. Assustado, eu saí me questionando sobre o que foi que eu fiz de errado para o diretor me mandar sair. Dias depois ligaram pro meu trabalho avisando que era pra eu ir à televisão assinar um documento. Ao chegar à TV, recebi a notícia que fui classificado para participar. (risos)”João Gonzaga gravou cinco programas enfrentando feras da interpretação. Foi para a semifinal por unanimidade de votos. Na final enfrentou grandes intérpretes como Ila Fontenelli e Banda de Boca, e foi vencedor! A vitória rendeu ao artista a gravação de um disco pelo Projeto Emergentes da Madrugada – cedido pelo empresário Wesley Rangel - e a partir Dalí montou uma banda e lotou por várias vezes as praças no Pelourinho e no Aeroclube Plazza Show por quase três anos.
Em uma das suas apresentações no projeto Expresso 2001’s foi visto e convidado por Tânia Simões a participar da Orquestra Popular da Bahia como cantor solista. Pela orquestra, dirigido por Emilia Biancarddi, João se apresentou na Festa dos Estados em Brasília, e no Festival Cultural em Fortaleza. João já dividiu o palco com Lazzo, Márcia Short, Noemi Bastos, Graça Onashilê, Wil Carvalho, Virgínia Rodrigues, e Dino Brasil. Se apresentou no IV Mercado Cultural na Concha Acústica do Teatro castro Alves, seguido de duas outras apresentações na sala principal do Teatro. Ainda no TCA, apresentou-se pelo Perc Pan (Panorama Percussivo Mundial). Apresentou-se também no Palácio de Ondina, e em diversos interiores do estado da Bahia.

Em 2003, João gravou para a Coletânea “Talentos do Aeroclube”, fez participação especial no evento “Noite de Santo Amaro”, e em 2004 Gravou vocalizes para o “Survivorman”, programa que é exibido nos Estados Unidos.
Em 2006, João cantou no palco principal do Festival de Verão de Salvador ao Lado dos cantores Pierre Onassis e Jau Peri, com a banda Vixe Mainha.

O JORNALISTA E A POLÍCIA

Em 1989 Na Comunidade, João reuniu uma equipe de amigos e expôs o seu desejo de registrar os acontecimentos do bairro através de um jornalzinho. A idéia foi aprovada e surgiu o BJI – Boletim Juventude e Informação. João dividiu a equipe para serem colunistas sobre, economia, saúde, esporte e lazer, cultura, fofocas, e comunidade. O sucesso da idéia foi abraçado pelo comércio local e a verba arrecadada era para a compra de papel e tinta. O jornal Que tinha tiragem de duzentos a trezentos exemplares semanais era datilografado, diagramado na mão, mimeografado a álcool e distribuído gratuitamente para a comunidade toda sexta-feira de manhã. Os onze exemplares, principalmente os cinco últimos fizeram um grande sucesso, mas com o tempo a equipe de oito pessoas foi desistindo e resumiu-se em dois. João com o seu amigo Mr. Dimmi Sinclair (hoje mágico) fizeram os seis últimos exemplares sozinhos, no entanto o último dos exemplares foi feito forçosamente na base da serigrafia.
“Nós havíamos encerrado o boletim na edição de número dez, mas a parte da fofoca nos trouxe um grande problema. Dois moradores que tinham pretensões políticas usavam o boletim para atingir o outro. A comunidade adorava e nós celebrávamos o sucesso! A confusão foi parar na polícia e lá estávamos dois adolescentes para prestar depoimento. O delegado nos pediu que fizéssemos mais um exemplar e que no outro dia isso deveria ser distribuído na comunidade. Era um feriado em plena quinta-feira e para o delegado isso não importava. Não havia funcionários na escola municipal onde estabelecemos a sede, e o jornal tinha que estar na rua no outro dia e nós dois não tínhamos nem matéria para colocar. Fomos quebrando a cabeça e fazendo matérias na hora. Desesperados, fomos à casa do padre da comunidade que nos ajudou com uma máquina mais avançada. O papel quando datilografado ou desenhado furava por que a máquina funcionava como uma espécie de serigrafia. Era um tipo de manivela oleosa que tinha que ter o maior cuidado senão estragava tudo, e assim se deu. Foi uma meleira de óleo preto danada, e pra nosso desespero a bomba de óleo estourou em cima do restante do papel. A máquina travou. O padre providenciou mais papel e os quase cem únicos exemplares com quatro páginas foram feitos até de manhã com esponja aplicada levemente em cima das oito matrizes que fizemos. No final distribuímos até mesmo na delegacia. O Boletim que começou com oito, terminou com oito também! (risos)”O BAIRRO

Na escola Comunitária São Miguel onde trabalha João conta que acompanhou passo a passo a construção do prédio, bem como as outras grandes construções do bairro. A igreja católica, a chegada do asfalto, a luta pelo transporte coletivo, as escolas municipais, e o posto de saúde onde ele também era voluntário.

A maioria dos moradores de Fazenda Coutos foram despejados das Malvinas, o atual Bairro da Paz. No princípio eram lonas esticadas e barracos que as famílias faziam em lotes cedidos pelo governo, e um dos irmãos de João estava nesse meio. Quarto anos mais tarde a mãe dele comprou um barraco e construiu. “O prédio que João quando garoto achava ser um cemitério, é a escola onde ele aprendeu a ser humano.”

A ESCOLA E O GRUPO PIM

A escola Comunitária São Miguel (fundada pela Ir. Valdete Mamédio, membro da congregação católica Nossa Senhora de Sion) funcionava na igreja de São Miguel no Pelourinho. Com a reforma do centro Histórico a diretora foi à procura de uma comunidade que apresentasse as mesmas características do Pelô. Fazenda Coutos era o lugar ideal para dar continuidade a esse trabalho. Através da Pastoral da Criança, a freira foi apresentada a Antonio Ferreira, na época gerente geral do Bradesco. Ferreira sensibilizado com o trabalho da irmã entrou em contato com os amigos dele, os irmãos César e Marcelo, donos da GDK, e eles passaram a dar 500 reais mensais para ajudar o projeto. Os convites para os momentos festivos sempre eram estendidos pela Irmã aos empresários e a Ferreira, mas eles nunca iam. De tanto insistir, Ferreira resolveu deixar a agência e foi à festa de formatura em 1998. Era o ano em que João entrou na escola e a formatura recebeu uma produção gigantesca. Parecia um casamento entre a arte e a sensibilidade. Ferreira derramava um rio de lágrimas, e todos os anos ele e voltava trazendo amigos e representantes da empresa que se emocionavam junto com ele. Ferreira é o verdadeiro pai da história da escola que está apenas começando. João, no entanto, caprichava a cada ano em todos os eventos festivos. O processo pedagógico, tudo que era feito em sala de aula, o sorriso das crianças, o cuidado e o carinho da equipe de voluntários da época... Tudo isso, sensibilizou Ferreira que conseguiu também sensibilizar os donos da GDK a apoiarem plenamente esse casamento há já passa dos quinze anos.

O DESAFIO

No ano de 2004, João queria fazer mais com o seu trabalho junto as crianças. Ele reuniu um grupo delas e com latas tentou fazer uma banda sem sucesso, eram os projetos “Hora da Dança e PIM – Projeto de Iniciação Musical.” Segundo João, o barulho era muito grande e aquelas crianças não se concentravam. Em um dos encontros dele com as crianças e suas latas desafinadas João pensou desistir. Naquele dia a escola recebeu mais uma vez a visita de Ferreira (que já havia falado com a Ir. Valdete da proposta de fazer algo que artisticamente desse visibilidade à escola) pra falar com João a respeito disso. Eram as energias do bem, antenadas para um futuro de bons frutos. As latas de João viraram tambores de verdade!
“Tive muito medo, e disse que não ia dar certo por que eu havia tentado com latas sem êxito. Me lembro quando Ferreira me olhou e disse sorrindo: vou comprar os instrumentos e você se vire. Ele saiu e eu fiquei desesperado. Foi tenebroso ouvir isso naquela hora. O projeto A Hora da Dança eu podia terminar, mas o PIM não podia mais. Em menos de uma semana os instrumentos chegaram. Eu tremi na base por que eu tinha a obrigação e a responsabilidade de provar pra quem via as festas de formatura, pra mim mesmo, e principalmente pra Ferreira que os meninos eram capazes. Com o tempo eu compreendi que a frase se vire, significa eu confio em você. Hoje eu uso essa frase pra refletir o quanto somos capazes de enfrentar desafios. Desafios esses que nos renderam duas estatuetas no Prêmio Braskem de teatro 2010 como melhor espetáculo infanto-juvenil e melhor direção.”
Em uma tarde de terça-feira, 13 de abril de 2004 as crianças selecionadas tiveram o primeiro contato com instrumentos profissionais. Começava verdadeiramente então o PIM – Projeto de Iniciação Musical. Parecia mágica, mas aquelas crianças estavam conseguindo tocar aos pouquinhos. Em casa, João afirma ter criado um roteiro de uma saga nordestina, e com repertório selecionado recomeçou o Hora da Dança, ou melhor, juntou ao projeto PIM e o resultado é que naquele mesmo ano, estava pronto o primeiro musical do grupo. O espetáculo Povo Daqui.

A ASCENSÃO DO PROJETO

Ainda naquele ano, fomos convidados especiais para se apresentar no Festival da População do Projeto PopulAÇÃO C“Ainda tenho os croquis dos figurinos do primeiro show e me lembro que na primeira apresentação no auditório da escola, em cima da hora tinha roupa sendo costurada. Os figurinos foram feitos pela própria equipe de funcionárias que sabiam manusear a máquina. (risos)”
ultural no teatro Solar Boa Vista. Nesse dia gravamos o primeiro DVD do grupo. Naquela época, a maioria das crianças do grupo Inal do ano, saiu da Escola São Miguel para o município e o projeto só atendia as crianças enquanto estudavam conosco. Foi necessário fazer o mesmo processo de aprendizado com um novo elenco, esse que está até hoje. O projeto PIM, agora vai ficar com esse elenco até os dezoito anos.
2004 foi um ano significativo pra Escola Comunitária São Miguel. E o número quatro tem muito a ver com a história do projeto. Quatro, são as pessoas da equipe técnica que trabalha junta desde a criação do PIM. João, com a criação da arte, Ferreira com a articulação financeira, A Ir. Valdete com a coordenação pedagógica, e Elísio Lopes Jr, com a articulação.

Em Um evento do Bahia Gás que reuniu várias personalidades, o PIM foi convidado a se apresentar. Naquele evento informaram para Elísio da existência do PIM e lhe passaram o contato. Encantado com o que ouviu sobre as crianças, Elísio começou a convidar o grupo para várias apresentações. Elísio Lopes trabalhava na Fundação Cultural do Estado, e coordenava um projeto chamado PopulAÇÃO Cultural. Era um projeto que abrigava grupos culturais de comunidades periféricas na proposta de dar qualidade técnica aos grupos viabilizando uma pequena verba para uma montagem que era apresentada em um festival de fim de ano. O grupo que não cumprisse essa meta era desligado do projeto. Em 2005 Elísio convidou o PIM a fazer parte dos dez grupos que o projeto abrigava. Foi enviada pra trabalhar com as crianças a professora de música Lela Badaró, que ensinou a elas a teoria em instrumentos percussivos. O supervisor musical Luciano Caruso, acompanhava o trabalho da professora junto a João que montava o segundo musical nomeado de “.... E Lá Vai O Trem”. A estréia desse espetáculo aconteceu também para as famílias dos alunos no auditório da escola.
O Sucesso dessa montagem levou o grupo a se apresentar em vários eventos importantes que aconteciam na cidade, a saber: No congresso Internacional da Febrafite realizado no Centro de Convenções do Ohtton Palace Hotel, No IV Mercado Cultural Realizado no Campo Grande, no Ação Global, realizado no Parque de Exposições, na entrega do Prêmio Braskem de Teatro 2008, na sala principal do TCA, no evento Tarde de Louvor, da Rádio Excelsior da Bahia, realizado na Concha Acústica do TCA, (onde foi gravado o segundo DVD do grupo com a participação de Mariene de Castro), e mais uma vez na sala principal do TCA, na gravação do DVD de Mariene de Castro.
No Festival da População em 2006, a maior montagem era do grupo PIM, isso por que Ferreira através da GDK selou esse casamento que ele se aproximava cada vez mais, então a produção sempre foi mesmo por conta da empresa.

A FRENTE CULTURAL FAZENDA COUTOS

Em 2007, houve mudança de governo e o fim do PopulAÇÃO Cultural. Mas não o fim do grupo de convivência de Fazenda Coutos. O grupo de convivência era uma espécie de núcleo entre pessoas da comunidade para a discussão de políticas públicas em diversos campos de atuação. Esse núcleo era formado em cada bairro onde havia um grupo participante do PopulAÇÃO Cultural. Raimundo Nonato, o mediador enviado pelo projeto, pouco aparecia, no entanto João estava reunido mais uma vez com a comunidade para desenvolver projetos. João não tinha mais tempo. Estava muito dedicado ao PIM e à Orquestra Popular da Bahia, onde cantava. João conta que jamais entrará no jogo sujo da politicagem. Afirma que nunca teve pretensões políticas e nem tão pouco talento pra isso, mas para ele sempre foi um Prazer trabalhar para a melhoria do seu bairro e resolveu fazer com aquela equipe um novo jornalzinho, uma espécie de agenda cultural dos grupos do bairro. Nasce então o mais novo fanzine, o Fazend’InformAÇÃO. Boletim que João afirma que não haverá jamais a coluna de fofocas!
Em cinco de maio de 2005, saiu quentinha a primeira tiragem do mais novo jornal cultural de Fazenda Coutos. Era um boletim mensal apoiado por alguns comerciantes, xerografado e entregue gratuitamente à população. No princípio o grupo de convivência tinha mais de trinta pessoas e faziam reuniões semanais.
“Em um dos encontros eu propus ao grupo que se resumia a uns dez, a criação de um núcleo para dar suporte aos grupos culturais do bairro, e que faríamos uma festa de fim de ano chamada FESC – Feira Artística das Escolas e Comunidade de Fazenda Coutos. Discutindo uma proposta de nome para o grupo e Marcelo, um jovem artista da comunidade disse que havia pensado no nome Frente Cultural, daí com a aprovação de toda a equipe o grupo de convivência passou a ser Frente Cultural Fazenda Coutos.
Com o passar do tempo, quase todas as pessoas se afastaram do grupo, mas eu perseverava e a equipe estava sempre em mutação, até que no ano seguinte, percebei que o apoio aos grupos poderia ser feito em um evento quinzenal durante a semana que os grupos pudessem se apresentar.”

João nomeou essa idéia de Na Roda de Quarta e a equipe aprovou. Com a Roda de Quarta, a Frente Cultural passou a ter uma equipe fixa. No terceiro ano das nossas atividades, João aparece com mais uma idéia, de fazer um programa de auditório para valorizar e atingir os alunos das escolas públicas. Sandra Antonia, membro da Frente, nomeou essa idéia de Em Papo Aberto e a equipe também aprovou. Já em 2008, João achava que devia fazer uma espécie de projeto que as pessoas da comunidade pudessem ser entrevistadas na rua e mostradas em telão nos intervalos do Na Roda de Quarta. Antonio Santos, um dos membros da equipe nomeou a idéia de Mini-Flash e a equipe também, aprovou.
“A Frente Cultural existe então por conta do Grupo de Convivência, que era uma exigência do PopulAÇÃO Cultural. Há registros que provam que ao término do PopulAÇÃO Cultural, nenhum grupo de outros bairros deu continuidade ou se reuniu com a mesma freqüência que o nosso. A Frente Cultural assumiu identidade própria e é o ponto de encontro das atividades artísticas no bairro.”

A cada ano as atividades da equipe vão crescendo e mais de sessenta voluntários se juntam com a equipe dos oito coordenadores em apoio às nossas atividades, e em todos os anos a feira de fim de ano é em cima de um tema: Em 2005 com o tema “É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã”, o evento durou um dia. Em 2006 com o tema “É preciso saber viver”, foram necessários dois dias de Festa. Em 2007 com o tema “Todo artista tem de ir aonde o povo está”, três dias foram pouco para atender aquela avalanche de programação. Em 2009 com o tema: “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”, foram necessários quatro dias para atender a grande programação. Em 2010 “A beleza de ser um eterno aprendiz”, é o tema escolhido pela equipe pra reger a festa de fim de ano.
No ano de 2008 não fizemos a feira FESC. Um adolescente que contribuía com a nossa equipe, foi assassinado brutalmente na semana que antecedia a feira FESC.
A Frente Cultural Fazenda Coutos em 2009 passou a fazer parte do Instituto Otaviano Almeida Oliveira que é mantido pela GDK.

O SONHO



Na Comunidade João se sente muito feliz por realizar tantas tarefas que lhe dão prazer, e diz que são as coisas que o completam como ser humano. O PIM que lhe começou como um tenebroso desafio lhe proporcionou grande visibilidade em 2010.
“se eu não fosse artista o que seria então? Meus irmãos todos são marceneiros. Acredito que até as mulheres aprenderam, menos eu. (risos) Eu ficava ajudando o meu pai na marcenaria e fazia musica com o som do serrote, criava frases melódicas... Não, não vim aqui pra ser marceneiro. Vim aqui fazer o que faço. É o que me dá prazer e é a única coisa que sei fazer, e não há dinheiro que pague isso. O artista de natureza pode cambalear pro lado que for, mas o caminho dele ele sabe... Sucesso não é grana. Grana é podre! Sucesso é realizar o que se faz, e eu tenho sucesso por que consigo realizar. A minha arte é apenas para emocionar, e o mundo vai se emocionar com ela ainda por que eu estou apenas começando!”
DONOS DA TERRA

Em 2008, com o espetáculo E Lá Vai O Trem se apresentando em vários cantos da cidade, João pesquisava e escrevia o roteiro do novo show.
“O espetáculo é uma idéia de brincar com o descobrimento do Brasil ou invasão, porque eu acho que quando os invasores chegaram aqui, os primeiros artistas que chamaram de índios já estavam... Estavam com toda a sua pintura, sua dança e tudo isso que é rico da cultura do nosso país. A idéia era trazer mesmo uma caravela com tema nordestino. Essa caravela saindo do mar do sertão cheia de poetas rumo ao descobrimento do nordeste. Chegando lá os poetas se espalham pra contar a nossa verdade. A riqueza das tribos indígenas, as festas da crença popular, as brincadeiras de infância, o trança fitas, as coisas de criança. O samba de roda, os repentistas, os bonecos de barro, as burrinhas, o negro fugido, e lembrar que essa cultura não pode morrer! Buscar o boi como a tradição mais forte do folclore nordestino, e fazer uma festa de carnaval com marchinhas antigas. Tudo muito bem dosado com um figurino e cenário bem concebido e que seja desenvolvido para ser interpretado por todas as quarenta e sete crianças do grupo.”
O PROCESSO

Depois de ter feito toda a pesquisa buscando vários elementos da cultura popular, João fez a seleção do repertório. Um leque de canções e poemas que passava de cem. A participação das crianças nesse processo é fundamental. João conta que depois de tudo estar no papel é hora de ele sentar com as crianças e junto com elas desenhar as possibilidades de folguedos poemas e canções que mais se encaixam a proposta do musical.
“Eu apresento tudo a eles e os ajudo a compreender os elementos que prefiro que estejam no espetáculo e eles dificilmente discordam e quando escolhem algo que não se encaixa tanto com a proposta, apresento as duas e faço com que raciocinem até que cheguemos num censo comum.”
Durante o ano de 2009 foi o ano de trabalho na pesquisa desse novo show que não tinha nome. Quando ouviu Kirimurê, uma belíssima canção do Jota Velloso gravada por Maria Betânia, João encontrou o que procurava. Donos da terra é uma frase da música que está no repertório do show e que tem tudo a ver com a história que o espetáculo quer contar.
Já era o ano de 2009, e quando se pensava que o espetáculo anterior ia pra caixa apareciam novas apresentações. Donos da terra estava prontinho apenas no papel, mas não sobrava espaço para a montagem. Quando a montagem de fato começou foi por volta do mês de março e a concepção de figurinos ainda não existia. Quase um mês depois duas notícias chegaram ao mesmo tempo a de João que tinha terminado de fazer os desenhos dos figurinos, e a de Elísio avisando que estrearíamos entre julho e agosto.
“Quanto aos figurinos as crianças ficaram na maior expectativa pra ver. Eu já sabia que cores usar, mas levei todos sem pintar pra discutir com eles em grupo. Quase ninguém discordou de mim, mas fiz com que raciocinassem o porquê das cores.”
A percussão é a musica que acompanha todo o processo coreográfico e é executada por 16 das crianças. Nesse show João usa um figurino especial nos meninos, é uma espécie de vestido, mas nenhum deles se recusou a usar. São vestes que lembram os profetas do escultor mineiro, o Aleijadinho.
“Independente das aulas de teclado e violão ministradas pelo professor Antonio, a musica que prevalece no projeto é a percussão que os meninos fazem, então acredito que eles são uns verdadeiros profetas sonoros por que me surpreendem a cada ensaio. Somando tudo isso com a história dos tambores, fiz a pesquisa, e como nesse show eles profetizam ser grandes tocadores, porque não colocar as vestes dos profetas do Aleijadinho neles? Não impus a eles isso. Apresentei a idéia, explique porquê a proposta do figurino e disse que teria possibilidade de mudar se eles quisessem. Depois mostrei um trecho do DVD de Milton Nascimento chamado Tambores de Minas, onde repliquei o figurino deles. Quando viram os homens dançando e tocando com aqueles vestidos, os olhos brilharam de alegria. Cada um queria ver logo o seu. Esfregavam as mãos e estalavam os dedos.”
O CORRE CORRE

Depois das Férias de junho os ensaios recomeçaram com mais força, o musical já tinha uns oitenta 80% montado. Numa reunião de equipe Elísio precisava ainda naquela tarde fazer uma ligação importante para a coordenação do teatro Vila velha e dependia da resposta de João. É que procurando pauta nos teatros da cidade, só se conseguiu o dia 26 de julho no Vila, ou a partir de outubro em outros teatros.
“A expectativa para a estréia era muito grande não podia demorar mais tempo porquê almejávamos concorrer ao Prêmio Braskem e o prazo era pouco. Não tinha nada pronto, nem sequer um pedaço de tecido comprado para se fazer alguma coisa. Era uma responsabilidade muito grande, mas dei um sim, lembrando das palavras de Ferreira: “se vire! Elísio ligou para o teatro e eu atento ouvi ele bater o martelo. Já era... Não dava mais pra desistir. As equipes de aderecistas e costureiras se viraram mesmo. Foram várias noites que perdemos, mas na véspera da estréia tudo estava prontinho. Um tempo recorde de 23 dias!”
PRÊMIO BRASKEM



As montagens anteriores do Projeto estão nas caixas enquanto as crianças crescem lentamente. Por conta disso sentiu-se a necessidade de formar um grupo com novos pequeninos. Um grupo com vinte e cinco crianças entre cinco e sete anos, já está sendo treinado para uma próxima montagem.
Das três montagens feitas com o grupo PIM, Donos da Terra é o primeiro em cartaz. O musical que estreou no teatro Vila Velha, esteve em temporada no teatro ACBEU, emocionou centenas de pessoas, foi indicado ao prêmio Braskem e venceu nas categorias Melhor Direção e Melhor espetáculo Infanto-juvenil.
Muito emocionado, João Gonzaga o diretor, agradeceu a todos que direta e indiretamente fizeram parte do sucesso daquela noite, agradeceu em especial à empresa GDK, falou com orgulho o nome da periferia e do bairro de Fazenda Coutos e dedicou os prêmios a todos as artistas mirins que fazem parte da montagem.
“Eu sabia que não levaria prêmio de melhor direção, pois me fora falado que nenhum diretor de espetáculo infanto-juvenil tinha Itálicoêxito além do premio. Para mim foi uma grande alegria quando anunciaram o meu nome. E eu não fui o primeiro diretor de espetáculo infantil que levou a estatueta. Eu soube depois que há alguns anos um trio de diretores levou a estatueta por direção de espetáculo infantil também.
Eu acho que vencer o prêmio não muda muita coisa, há sempre muito mais pra aprender com toda aquela gente que tem tanta experiência com teatro e que estava lá. É bom por que a gente passa a ser um nome reconhecido no cenário artístico.”


Donos da terra foi apresentado No Palácio de Ondina Para o Governador Jaques Wagner e para o Presidente Lula. Foi apresentado no Palácio das Convenções no Parque Anhembi, em São Paulo, faz nova temporada no teatro do ISBA e se prepara para a nova montagem, A Lenda do Peixe Grande – texto e roteiro de Elísio Lopes Jr, dirigido por João Gonzaga.

O Projeto PIM está implantado na Cidade de Luanda, em Angola.
Na Primeira viagem da equipe brasileira, foi montado um fragmento do espetáculo donos da Terra, em uma semana. Autoridades lunadense como, o Ministro da Cultura e o Bispo, puderam prestigiar o começo de uma amizade estabelecida entre as duas culturas, que a GDK angola, já abraçou.
O angolano Soares Santos, já esteve com a equipe no Brasil para a troca de experiências sobre as duas culturas. Em Luanda o boi Dançou o Kuduro. Dança originária de angola. No Brasil, Soares fez participação no show Donos da terra na apresentação de abertura do Festival Nacional de Teatro que aconteceu no Vila Velha. Em 2010 haverá um intercâmbio entre os dois grupos com a montagem da lenda do peixe grande no Brasil e Donos da Terra que será montado em Angola.

Para João esse é o momento de maior realização. Ele manifesta o grande prazer de ser parte dessa grande família que é a
escola onde trabalha, de poder ter somado ao longo desses anos através da arte na vida de cada menino e cada menina que pela São Miguel passaram, mesmo antes da criação do PIM. De ser um dos coordenadores da Frente Cultural que atua com plena transparência com projetos de valorização da cultura local, e de ser o humano que aprendeu a honestidade e transparência desde a rigidez de seu pai na sua criação.

“Se eu fosse agradecer às pessoas que contribuem e contribuíram pra minha realização como artista eu passaria um dia inteiro e não dizia o nome de todo mundo, portanto vou agradecer às mais especiais: A Lygia Fialho, que me viu pequeno e produziu várias vezes shows meus dentro e fora da comunidade, a Ferreira por dizer se vire, e pela sensibilidade e carinho especial que tem pelas crianças e por todo o trabalho que é desenvolvido em nossa escola. À Irmã Valdete que confia cegamente naquilo que fazemos, a Nana Por ter me indicado a ser parte da família, a professora Emilia Biancarddi que me ensinou a ter paixão pelos folguedos populares do interior. A Antônio Arruti pela simplicidade e pelo genuíno interesse no bem estar dos menos favorecidos, aos Irmãos Cesar e Marcelo Oliveira pela apoio dado ao longo dos anos ao nosso projeto, à Sra. Nair pelo carinho especial que tem por mim, a todas as crianças que passaram pela São Miguel e me ensinaram a arte de viver, a todos que permanecem conosco dentro do projeto, e a todos os músicos, atores e cantores, enfim... A todos os artistas que já passaram pela minha vida.
“Eu sempre digo que o dom da arte é e Deus e não nosso. Ele escolhe a quem confiar o talento e quantidade dele. Quem recebe esta missão tem a obrigação de apresentar ao mundo da melhor forma possível. Quem consegue fazer isso está devolvendo a Ele com juros!”